À bem-amada
Minha alma quer-te
Ainda que haja nisso tortura
E sigo-te na ânsia da procura.
Que estranho ser difícil nossa ligação
Se os desejos ambos concordam!
Que quereria mais meu coração
Quando amargurado te buscou em vão
E meus olhos te viram e amaram?
Allah bem sabe que não há razão
De vir aqui senão para te encontrar
Como desejo que o vigia não esteja
Em nosso encontro
Para os teus lábios doces eu provar
Para folgar no jardim da tua face
Para beber do copo de langor
Que teus olhos oferece.
O servidor do vinho
Gostei dele quando serviu o vinho
No salão, era como uma lua ao redor de um planeta
Seu movimento derramava perfume
Que o seu próprio odor humedecia
Qual terno ramo tocado pelo vento leste.
Anda, vai levando a taça de vinho
Com dedos da açucena
E seus olhos de narciso faz girar.
( poemas retirados do livro Itinerários da poesia - poetas árabes no Gharb al-Ândalus, de Mostafa Zekri)
Ibn`Ammâr nasceu em Silves e foi um ilustre poeta e governador dessa cidade. Morreu em 1084.
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