Tratou-se, de facto, de uma maratona ciclópica a que teve lugar na sexta-feira passada (dia 25 de Junho) na Casa Fernando Pessoa. Durante 15 horas, leu-se, integralmente, a obra O Ano da Morte de Ricardo Reis, de José Saramago.
A leitura começou por volta do meio-dia, após a chegada de Pilar del Rio, apenas com uma curta interrupção de António Costa para anunciar o lugar onde irão ser colocadas as cinzas de José Saramago (no jardim defronte da Casa dos Bicos, em Lisboa) e o epitáfio que irá ficar escrito na pedra de Pêro Pinheiro que cobrirá as cinzas (« Não subiu para as estrelas, se à terra pertencia » - as últimas palavras de O Memorial do Convento).
Como um fio que não cessa de enrolar enquanto o novelo não termina, a leitura desenrolou-se sem parar, feita por escritores e por todos aqueles que se inscreveram para participar e ler. Por vezes com a sala cheia, outras vezes com público mais reduzido, a cadeia de leitura processou-se, ignorando horas de refeições, transmissão de jogos de futebol (Portugal/Brasil decorreu durante a tarde) e muitos cansaços ( Inês Pedrosa e Pilar del Rio não deviam estar pouco cansadas).
Foi uma homenagem a José Saramago de uma generosidade espantosa!
Desde «Aqui o mar acaba e a terra principia.» até «Aqui, onde o mar se acabou e a terra espera.», leram-se 415 páginas, de seguida, num bom ritmo, de forma mais ou menos expressiva, mas sempre sem perder o fôlego.
Sem conversas, só leitura! Parabéns à extraordinária organização da Casa Fernando Pessoa!
Sem comentários:
Enviar um comentário