(publico.pt)
Os israelitas invadem a cidade de Nazaré, prendem, matam, torturam os seus habitantes. O pai de Elia é inicialmente um resistente, quer ajudar os seus conterrâneos, os feridos, os furagidos, mas a sua sorte acaba por não ser melhor que a dos outros. É preso, torturado. E a sua energia e revolta transformam-se em desânimo, inacção, aceitação da impossibilidade de mudança, de libertação.
A família Suleiman está viva, vegeta, o filho Elia vai crescendo, a mulher cozinha, o senhor Suleiman pesca, mas sufoca-nos a indiferença e a apatia com que estas personagens enfrentam a situação que os subjuga. Os adultos envelhecem e a História não muda.
Uma cena, várias vezes repetida, impressiona verdadeiramente. Suleiman pai e os seus amigos e, muitos anos depois, Suleiman filho e os seus amigos estão na esplanada de um café de bairro. Um jovem habitante da cidade desce, solitário, a rua. Algum tempo depois sobe, solitário, a rua. Cumprimenta. Por vezes, pede lume. E assim, sem objectivo, as vidas se prolongam. Donde vem o jovem nazareno? Para onde vai? Não interessa. Nada interessa.
Aquela vida não interessa. E as pessoas envelhecem...
Gostei de ver este filme. Fiquei com uma solidariedade maior em relação aos palestinianos, uma compreensão mais por dentro das suas vidas.
Poderemos praticar o salto à vara para passar todos os muros da vergonha? E a repressão e os muros irão continuar para sempre?
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