segunda-feira, 12 de julho de 2010

Shirin nos rostos de 114 mulheres


 Shirin de Abbas Kiarostami é um filme diferente, um filme que obriga o espectador a trabalhar a imaginação.
  A «história de Khosrow e Shirin» passa num écran de cinema e, do público que assiste ao filme, a câmara foca apenas mulheres, 114 mulheres iranianas(113 actrizes iranianas e a francesa Juliette Binoche), e são as reacções vividas nos rostos dessas mulheres que nós, os espectadores de Shirin, temos que seguir e interpretar.  Do filme que essas mulheres vêem, o filme Shirin dá-nos apenas os sons - a história narrada, os diálogos das personagens, a música, os sons inerentes à acção. Nós ouvimos a história de Shirin e Khosrow, a história de uma princesa persa cristã  que viveu uma vida de solidão, de amor e de morte.
  Os rostos das mulheres iranianas penetram na história de Shirin, sofrem com ela, amam com ela, choram com ela a morte de Khosrow e choram a morte de Shirin. Choram  as suas próprias solidões, os seus próprios amores, as suas mortes. São as vidas dessas mulheres ianianas que nós seguimos com compaixão.

  Shirin é um filme que exige a paciência do espectador. Mas leva-nos a pensar nessas mulheres, a pensar no que será, realmente, as suas vidas.


domingo, 11 de julho de 2010

Os espanhóis subornaram o polvo


  Quem é que consegue voltar a comer polvo à lagareiro, arroz de polvo, filetes de polvo, etc., etc., depois do papel desempenhado pelo polvo Paul neste mundial de futebol? Eu vou sentir-me uma traidora.
  Ficou demonstrado que os poderes sobrenaturais dos animais são uma realidade e que os polvos e as lulas, serão, no futuro, habitantes deste planeta com muito maiores capacidades que nós, os humanos, como alguns cientistas prevêem.
 A Espanha saiu beneficiada neste mundial com a adivinhação deste polvo. Quer se queira, quer não, estas coisas acabam por influenciar o comportamento.
  
     Ainda bem que ganhou a Espanha! No fim de contas, verifico que sou iberista e que se tiver que tomar partido, depois de Portugal, escolho os vizinhos.





sábado, 10 de julho de 2010

Muito convidativa a nova ilha da Fuseta



  Ainda não fui veranear à Ilha da Fuseta depois das obras. E ontem, como se vê no filme, foi hasteada a bandeira azul e o aspecto da praia parece espectacular.
  Começa uma nova época da vida desta ilha, o regresso à natureza primitiva, paisagem interrompida durante quase quarenta anos.
  Deve-se aprender a lição - a Natureza é magnífica, mas as pessoas têm que cumprir regras e embora gostem muito de estar em alguns lugares, não têm obrigatoriamente de assentar arraiais.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Entrementes, Mozart continuou no Festival ao Largo



   Quem tiver rabo para estar duas horas antes do espectáculo  assistirá, de facto, a óptimos espectáculos no Largo do São Carlos.
  Este  concerto teve início às 22 horas de terça-feira, dia 6 de Julho. Foi a Noite de Mozart com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a soprano Ana Quintans e o barítono Luís Rodrigues. Ouviram-se excertos das óperas As Bodas de Fígaro, Cosí fan tutte, Don Giovanni e A Flauta Mágica.
  A música que se ouve neste largo tem um encanto adicional - o som das gaivotas de Lisboa, espantadas  com os concertos ou interessadas neles, e o som dos carro eléctricos que passam todos catitas na rua do Café do Chiado. Tivemos, assim, Mozart com cobertura da música concreta lisboeta, como os gelados da Haagen Dazs.
  E depois, pode sempre subir-se a uma esplanada de um Hotel da zona e encher os espíritos de Tejo e da sua esplêndida paisagem nocturna, ou beber um copo num bar do Bairro Alto e sentir algumas misérias dos humanos que por lá circulam.




terça-feira, 6 de julho de 2010

Caiu a máscara aos antipatriotas deste país


  Os Belmiros, Ricardos Salgados, accionistas da PT e banqueiros deste país, mostraram, nos últimos tempos, que o que lhes interessa de facto é encher os seus próprios bolsos e não o progresso e a independência de Portugal.
  É óbvio para qualquer leigo que se os espanhóis da Telefónica querem comprar a Vivo  do Brasil é porque sabem que disso virão a tirar lucros colossais e que passarão a perna à PT, a maior empresa portuguesa com projecção internacional. A PT é dos accionistas ricos, isso toda a gente sabe, mas estes senhores deveriam ter a dignidade de perceber qual deveria ser o seu papel no país neste momento e, se já beneficiaram de todos os dividendos que o sistema capitalista lhes proporcionou, porque, possivelmente, eles e os seus ancestrais foram muito espertinhos e tiveram muita sorte, agora deveriam mostrar uma visão mais alargada e mais projectada no futuro.  Pedir-lhes  que sejam patriotas é uma ingenuidade, mas não são eles que muitas vezes vêm com discursos de benfeitores  e de garantia da riqueza nacional?
   Caiu-lhes a máscara - é só nisso que penso quando ouço as suas conferências de imprensa e desculpas de estrategas bancários. 
  José Socrates fez muito bem em usar a Golden Share e faz ainda melhor em estar a lutar palas posições que assumiu. E o PCP e o BE deveriam ter sido mais rápidos em mostrar a sua posição e as suas vozes deveriam ser mais sonoras. O PSD mostrou a sua verdadeira face - a defesa do capital, mesmo quando está em causa a soberania económica do país. Até o CDS percebeu!
  Já fiz, neste blogue, críticas a este governo e a vários dos seus membros, incluindo o promeiro ministro. Neste momento, acho que José Sócrates está a mostrar que defende Portugal e os interesses do país e louvo a sua determinação.


segunda-feira, 5 de julho de 2010

Homenagem a Pina Bausch e Festival ao Largo


  Pina Bausch foi homenageada no Teatro São Luís no dia 30 de Junho, um ano depois do seu falecimento. Foi no Teatro São Luís que Pina Bausch dançou pela última vez em palco, em 2008, na peça Café Muller. Agora, João Salaviza  realizou a curta-metragem Hotel Muller e foi este filme que foi apresentado e estreado na homenagem à bailarina e coreógrafa.
  O filme de Salaviza  realça os sons do quotidiano num pequeno e provinciano hotel - as máquinas de lavar roupa, a limpeza do chão, os lixos, a movimentação dos hóspedes, as motorizadas em que se deslocam os clientes, etc., etc. E são estes sons que se transformam numa partitura musical e lembram os bailados de Pina Bausch.
  No debate que teve lugar no Jardim de Inverno, achei sobretudo interessante a análise que a bailarina Luísa Taveira fez do chão nas peças de Pina Bausch - o chão do palco de dança, que procurava imitar a realidade, ser o chão real que as pessoas pisam e a que as sapatilhas dos bailarinos tinham que aderir.

 E à saída do São Luís, terminava uma noite de ópera no Largo do São Carlos com a extraordinária Orquestra do Algarve.


  Não percam os espectáculos do Festival Ao Largo que irá decorrer até dia 26 de Julho frente ao Teatro São Carlos!!