quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O filme TULPAN, de Sergey Dvortsevoy - os afectos nas estepes do Cazaquistão

(publico.pt)

 
  Ver o filme Tulpan, de Sergey Dvortsevoy, confronta-nos com o dia-a-dia de uma família nómada nas estepes do Cazaquistão.
 Ali, onde os recursos se reduzem às ovelhas, a grandeza do ser humano apresenta-se despojada das vestes artificiais da civilização contemporânea.
 A família de Asa, o marinheiro que acabara de prestar serviço militar no exército russo, vive numa tenda nómada sem móveis (mesas, cadeiras, camas,...) sem fogões, frigoríficos, televisões, mas incute nos filhos regras de educação (não se brinca nem canta à mesa) e o relacionamento entre os seus membros caracteriza-se pelo máximo respeito moral e pela total preservação da dignidade pessoal (embora partilhem dia e noite o mesmo espaço). O afecto saudável, o carinho, a brincadeira, a alegria do canto, são os elos que unem a família e que a sustentam.
   O marinheiro Asa deseja Tulpan, a jovem casadoira que poderia dar-lhe uma família, o direito a um rebanho e ao trabalho de pastor.
  A estepe, as ovelhas, o difícil parto da ovelha praticado por Asa, o amor na sua expressão mais pura, a brincadeira do menino com o pau que faz de cavalo ou com o cágado que faz de automóvel, o canto infatigável da menina, os camelos, as ovelhas, o cão, a imensidão desértica da estepe, a poeira, o pastor, o veterinário - este filme faz-nos participar na acção, temos vontade de ajudar no parto da ovelha, enchemo-nos de poeira, rimos com as brincadeiras.
  Vermos este filme torna-nos mais saudáveis e humanos.



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