segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Sophia de Mello Breyner Andresen e o poema QUANDO


QUANDO

Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações à minha porta.

Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.

Será o mesmo brilho a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta.
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.

Dia do Mar, Shophia de Mello Breyner Andresen


   Nos dias 27 e 28 de Janeiro, realizou-se, na Fundação Calouste Gulbenkian, um COLÓQUIO INTERNACIONAL sobre Sophia de Mello Breyner Andresen cujos promotores foram Maria Andresen de Sousa Tavares e o Centro Nacional de Cultura.
  Uma grande parte das comunicações feitas neste colóquio constam da revista Colóquio Letras, número 176 de Janeiro/Abril 2011, editada pela Fundação Calouste Gulbenkian, dedicada na sua maior parte a Sophia de Mello Breyner Andresen.
  Todas as comunicações que ouvi foram de excepcional qualidade. O poema que transcrevi acima, de 1947, foi apresentado por Alexis Levitin, cuja comunicação consistiu na relação entre alguns poemas em Português e a sua tradução para Inglês («The Tranlation of Transparency»). Trata-se, de facto, de um poema muito belo.

 

2 comentários:

  1. Bom, de facto não estas morta, estas aqui...

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  2. adoro sofia. Dáme calma e companhia. São atuais e belos todos os textos da sua obra.. pesia..prosa...contos infantis... o mar...amar... vaguear...

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