quarta-feira, 4 de maio de 2011

Bin Laden morto,«Bin Laden» posto?

   Uma unidade das Seal Team Six, força dos EUA vocacionada para a ação antiterrorista e que tem por missão  executar operações secretas, tomou  de assalto uma residência na periferia da cidade de Abbottabad, no Paquistão, e matou Osama Bin Laden, o líder da Al-Qaeda, inimigo número um dos EUA após os atentados de 11 de setembro às Torres Gémeas em Nova Iorque e ao Pentágono.
  Nos EUA, muitas pessoas festejaram, foi a vitória da caça ao assassino que vinha sendo perseguido desde 2001 e a vingança, porventura pessoal, porventura coletiva e irracional.
  Na linha da tradição texana de caça aos grandes pistoleiros assassinos, os Billy the Kids americanos, ou aos líderes índios, como o último dos guerreiros apache, Geronimo, (a operação dos Seal chamou-se «Geronimo»), G. W. Bush tinha como principal objetivo capturar «vivo ou morto» Bin Laden e Barack Obama, o Nobel da Paz de 2009, ordenou e seguiu em direto a operação final, anunciando ao mundo, na noite do passado dia 1 de Maio, que tinha sido feita justiça e que o seu dever estava cumprido.
  Nós, os europeus, abominamos os ataques terroristas da Al-Qaeda, o fundamentalismo desenfreado e paranóico dos talibãs, dos bombistas-suicidas, dos seguidores alienados de Bin Laden. Eu abomino! Repudiamos os extremismos a que a religião islâmica  tem conduzido, a desigualdade em relação às mulheres, o obscurantismo medieval de muitos dos seus costumes e tradições. Eu repudio! E temos, obviamente, terror das ações catastróficas que eles poderão vir a desencadear!
  Mas também rejeitámos as ações da CIA, a polícia secreta dos EUA,  no 11 de setembro do Chile de Salvador Allende, na perseguição e morte de Ernesto Che Guevara, nas perseguições a supostos comunistas durante a Guerra Fria (Ethel e Julius Rosenberg e tantos outros), etc., etc. E estamos cientes de que a chamada 3ª Grande Guerra, esta que vem sendo feita das investidas bélicas dos EUA, no Vietname, no Kuwait, no Iraque, no Afeganistão,..., e das respostas terroristas da Al-Qaeda e de outros grupos extremistas, está em curso.
  A morte de Bin Laden foi uma vitória dos EUA, mas outros líderes terroristas tomarão o lugar de Bin Laden, um Adam Yahiye Gadahn ou um Ayman Al-Zawahiri ... Esta guerra não acabou de um momento para o outro, não acabou com a morte de Bin Laden. Trata-se de uma guerra subtil, rancorosa, que se alimenta do ódio, do desgaste e do tempo. E de vingança em vingança haverá de continuar!

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