(René Magritte)
A ministra da educação apareceu de asas brancas, hoje, na Grande Entrevista da RTP1. Era a imagem da paz. A ministra sabe resolver tudo. Está em diálogo. Com os professores (quais?), com o Conselho de Escolas, com o Conselho Científico, com os sindicatos, ... Já na próxima semana, apresentará novas propostas para discussão nos órgãos próprios. A revisão do estatuto será global, porque se trata de uma estrutura. Compreendo. Não responde directamente ao fim da divisão da carreira em titulares e não titulares, mas talvez não fosse uma divisão que lhe agradasse. No entanto, nem todos chegarão ao fim da carreira. Por incompetência e negligência provadas? Aceito. (Não deve ser esquecida a base em que os actuais professores titulares foram seleccionados. Nem os professores com carreira reconhecida dentro e fora da escola que ficaram não titulares.)
A avaliação será interna e externa? Também aceito. Os avaliadores receberão formação especializada? E, antes da receberem, terão já currículos adequados? Há muita gente nas E.S.E.S com muito saber acumulado à espera do aplicar? Espero que sim.
Será valorizado o trabalho lectivo e também o restante trabalho na escola e ainda o trabalho realizado fora da escola? Parece-me bem.
O horário dos professores vai ser alterado. Voltarão a ter tempo para estudar, ler, ter interesses culturais? Deixarão de ser autómatos/sinâmbulos, na escola de manhã à noite?
A ministra da educação é apaziguadora. Tem um sorriso amplo. Os olhos bem abertos. E veste de branco.
Afirma a dignidade da profissão. Vai defender essa dignificação? É possível. Temos de esperar para ver e ver para crer. Os professores andam muito desconfiados depois de tudo o que lhes aconteceu nos últimos quatro anos.
Está interessante, esse seu comentário. De facto, a entrevista foi de tal modo enigmática: Pergunta única: se quer ser tão diferente da anterior ministra, irá o Sócrates concordar? Andará demasiado distraído com a face oculta? Será melhor limpar a cara? Servem os professores para tudo?
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