Alice, de Lewis Carroll, segue o coelho porque este lhe aparece todo encasacado, com um relógio de bolso que deixa adivinhar a sua pressa em dirigir-se a algum lugar, com certeza um lugar importante.
Pedro Passos Coelho pareceu, durante a campanha das directas para líder do PSD, estar também muito apressado para derrubar o Governo e José Sócrates. Os militantes do PSD resolveram segui-lo, tal como Alice.
A questão está em saber o que acontecerá quando o coelho se aproximar do buraco.
A situação política portuguesa e internacional é complexa como toda a gente sabe. A força do Governo ou a ausência dela e a determinação nas políticas económicas provocam, neste momento, variações nas malditas agências de rating que aumentam os juros e o déficit das finanças públicas de maneira assustadora.
Durante a campanha, Passos Coelho falava na rejeição do PEC com o mesmo nonsense com que o coelho de Alice olhava para o relógio. Assim ganhou as eleições, porque, obviamente, ninguém pode gostar do PEC, nem mesmo os militantes do PSD. No entanto, o momento é para criar aparências, visto que disso vive o sistema capitalista. E se o Coelho não tiver, agora, muito cuidado com os seus passos, poderemos deslizar todos pelo buraco e vermo-nos, de um momento para o outro, dependurados como coelhos nos talhos, num país que não cessa de encolher.
Por isso, que o Coelho se preocupe com o vestuário e, para já, não dê muita corda ao relógio. Que o caminho para o buraco seja lento!!
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