sexta-feira, 24 de setembro de 2010

As vozes proféticas da desgraça

     Nos meses de Verão, estivemos todos a banhos, nós e eles, «naquele engano de alma ledo e cego» que os interesses políticos não deixam durar muito. Não se falou em juros da dívida pública nem em orçamento de 2011, apenas os macabros incidentes da herança de Tomé Feteira agitaram as agências noticiosas.
  Após o 9 de Setembro, tudo começou! Os profetas da desgraça começaram sucessivamente a subir às montanhas, anunciando as grandes catástrofes que iriam abater-se sobre este país - as subidas de impostos, os cortes nos vencimentos dos funcionários públicos e no subsídio de Natal, o monstro do FMI escurecendo os ares sobre as nossas cabeças, os segredos da economia portuguesa guardados a sete chaves pelo governo, ...
  Os economistas mediáticos -  João Duque, Medina Carreira, Helena Garrido, Ernâni Lopes, etc., etc. -  perfilaram-se diariamente nos vários canais de televisão, criando o ambiente necessário ao descrédito  da capacidade dos governantes, abrindo caminho para a confusão política, para a subida dos juros da tal dívida pública, para a machada fatal nos salários da função pública,  sempre tão odiada por estes famigerados economistas que não são funcionários públicos obviamente.
  E qual é o deus que estes profetas querem anunciar como salvador da nação?
  Parece claro para toda a gente que se trata de Pedro Passos Coelho e do seu partido.
  Que desgraça anunciada por aí vem!!

2 comentários:

  1. Os arautos da desgraça, que tão alegremente preconizam a descida aos infernos para o português comum, pois que, ao fazê-lo, no olimpo do pensamento que é a televisão, sorriem para dentro, refastelados no cimo da sua vida de sucesso, cientes de que não há crise que os apoquente, que o seu Deus que não o nosso o não permite. Venham muitos desses momentos de comentário, que são pagos a peso de ouro. E porque não há crise que os apoquentem, não se apoquentam eles de apoquentar o pobre português com as suas profecias da miséria.

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  2. Obrigada pelo comentário. Aquele «Olimpo do pensamento» com que aqueles senhores ganham a vida, omitindo as suas chorudas reformas, está a transformar-se numa praga social.

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