segunda-feira, 8 de março de 2010

As pessoas desesperadas do «Norte», filme de Rune Denstad Langlo





  Mais um filme norueguês que trata o tema da solidão e do desespero humano que lhe está associado. O «Norte», de Rune Denstad Langlo, retrata uma noruega invernosa, coberta de neve e assolada frequentemente por  tempestades de ventos e neve que facilitam o isolamento das pessoas e dificultam as ligações rodoviárias entre as povoações.
  Jomar, um atleta de esqui que, no seguimento de uma depressão, se divorcia e passa a trabalhar como guarda numa pista de esqui, decide, no auge do desespero e da ansiedade, incendiar a sua casa e partir numa moto de neve rumo ao norte para conhecer o seu filho de quatro anos. E é nesta viagem pelo interior da Noruega, no meio de montanhas geladas e de abetos, que contacta com pessoas, tão vítimas de solidão como ele, que o tratam com amizade e o reconhecem como ser humano.
  Trata-se de adolescentes, a quem os pais abandonaram e deixaram com a avó ou que deixaram mesmo sozinhos a tratar da casa por estarem cancerosos e quererem fazer uma última viagem  pelo mundo, que necessitam de um amigo, alguém que esteja com eles, a quem possam ajudar, com quem possam partilhar alguns momentos de confraternização. Ou de um velho que abandona a casa da família para morrer sozinho numa tenda no meio da neve.
  O álcool  e os comprimidos para a ansiedade são os companheiros permanentes de Jomar. Mas, com as amizades, ainda que fugazes, que vai travando, essa ansiedade vai diminuindo e o álcool e os comprimidos também.
  Jomar chega ao norte, decide-se a chegar ao norte, e isso pode simbolizar a esperança de uma nova vida, de uma nova atitude perante a vida.
   
   Estes filmes da Europa de Norte não são espectaculares como os filmes de Hollywood, nem são seleccionados para os óscares, mas contém uma visão da vida muito mais próxima das pessoas. E têm paisagens magníficas e um humor muito particular.

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