(publico.pt)
O filme «Um Homem Sério», de Ethan e Joel Coen (os irmãos Coen) é um filme de um humor excepcional sobre a vida de uma família de judeus, inseridos numa comunidade judaica. E sobre um professor de Matemática (Judeu) de uma universidade americana, Lawrence Gopnik, que ensina o Princípio da Incerteza de Heisenberg (o gato ou está morto ou não está morto) e a quem um aluno coreano quer subornar para obter uma nota alta num exame e continuar a receber a sua bolsa de estudo.
Logo no prelúdio do filme, uma grande máxima aparece no écran: Recebe com felicidade tudo o que pode acontecer. E esta máxima vai ser o grande motor do filme.
Na primeira parte do filme, toda a espécie de contrariedades acontecem a Larry Gopnik, desde a mulher que, inesperadamente, lhe exige um divórcio ritual (gett) para poder casar com um vizinho e amigo da família até à situação absurda de ter que pagar o funeral deste mesmo amigo-traidor, quando, por ironia, ele falece num acidente de automóvel.
De rabino em rabino, Larry Gopnik quer saber por que razão é que Deus o castiga com tanta infelicidade, mas os rabinos são evasivos ou respondem-lhe com a pergunta de retórica: o que quererá Deus de ti? Mas mesmo no maior desespero, o professor de Matemática mantém-se um homem sério e não aceita o suborno.
De repente, tudo se inverte e, quer famíliar quer profissionalmente, todas as situações começam a ser-lhe favoráveis. (O gato não está morto.) É, no entanto, breve a felicidade...
Fica a pergunta: «Quando a verdade se revela uma mentira e toda a esperança morre dentro de ti, o que fazes?» O mais sábio, parece ser a lição do filme, é receber com alegria tudo o que acontecer, mesmo o mais absurdo.
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