sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A poesia - a única arte à margem do entretenimento

(joanmargarit.ovni.org)

 
 O poeta catalão Joan Margarit esteve no programa Bairro Alto da RTP2 no dia 12 deste mês. Interessou-me a entrevista que deu quer pelo seu conceito de poesia quer pelas ideias que desenvolveu sobre o entretenimento, tão constante na sociedade em que vivemos.
 A entrevista está no video que integrei neste post. Vou, no entanto, salientar algumas das ideias diferentes que este poeta apresentou.
 Para ele, a poesia não é literatura. A poesia investiga a verdade, busca a verdade. Há uma zona da poesia que não é literatura. A poesia caracteriza-se pela concisão e pela exactidão - uma palavra a mais pode matar um poema. A poesia põe ordem onde está a desordem. O que interessa num poema é aquilo que é universal.
 Joan Margarit fala sobre o entretenimento. E usa esta palavra extremamente significativa - entretenimento. Andamos todos, de facto, entretidos nesta multiplicidade de espectáculos de toda a ordem que são organizados para nós, os que têm algum dinheiro, sede de cultura e tempo para a desfrutar. Mas, segundo este poeta, o entretenimento não muda as pessoas, as pessoas saiem do entretenimento tal como entraram. Com as suas confusões, os seus problemas, as suas angústias. A poesia, sim, muda as pessoas, transforma-as. A única arte que se mantém à margem do entretenimento é a poesia. E tão poeta é o que lê um poema, como o que o escreve.


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